A Secretaria de Educação e Cultura de Garopaba realizou, na quinta-feira (16), a entrega de 65 abafadores de ruído a 12 unidades escolares da Rede Municipal de Ensino. De acordo com o órgão, a ação visa ampliar a inclusão educacional, com foco em estudantes da Educação Especial e aqueles com sensibilidade sensorial. Os equipamentos foram distribuídos em instituições localizadas nas regiões Norte, Central e Sul do município.
A secretária de Educação e Cultura, Juliana Abreu, informou que as escolas interessadas devem solicitar os abafadores diretamente à equipe da secretaria. “Todas as escolas podem solicitar para nossa equipe. Inicialmente, 12 sentiram essa necessidade. Queremos garantir que todos os nossos alunos tenham mais inclusão”, declarou.
Segundo a gerente de Gestão da Educação Especial, Cristiana Souza, os abafadores de ruído contribuem para um ambiente escolar mais adequado. “Os abafadores de ruído são essenciais para garantir a concentração e o bem-estar dos alunos, criando condições favoráveis ao aprendizado e ao desenvolvimento”, explicou.
Críticas de profissionais da educação
No entanto, profissionais da educação e representantes de grupos ligados à área expressaram críticas à medida por meio das redes sociais. Uma publicação do perfil “Valoriza Educação Garopaba” destaca que, embora ações pontuais sejam bem-vindas, elas podem servir como “cortina de fumaça” para mascarar a ausência de políticas estruturais no atendimento às crianças com necessidades educacionais específicas.
Entre os pontos levantados estão a ausência de protocolo unificado de atendimento à Educação Especial, a falta de formação continuada para os profissionais da rede e a carência de avaliações acessíveis por especialistas. Também foi mencionada a limitação do Atendimento Educacional Especializado (AEE), que não estaria disponível em todas as escolas, além da falta de recursos de qualidade e diretrizes claras para o uso dos abafadores.
Ainda conforme as críticas, dezenas de crianças seguem aguardando avaliação em fonoaudiologia e terapia ocupacional, e alunos não verbais continuam sem acesso à Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA).
A postagem também denuncia que professores permanecem sobrecarregados por não contarem com apoio em aulas específicas, como Artes, Educação Física e Inglês, mesmo com a presença de estudantes que requerem suporte individualizado.