Na manhã do dia 11 de outubro, o nascimento inédito de um elefante-marinho e seu filhote na praia do Siriú, em Garopaba, surpreendeu a comunidade. O local, que vinha sendo monitorado pelo Instituto Australis para garantir a tranquilidade dos animais, tornou-se alvo de preocupações após a divulgação de vídeos nas redes sociais. Num dos registros, dois motoqueiros passam próximos da mãe e do filhote, provocando uma reação visivelmente inquieta na fêmea.
A gravação gerou forte repercussão, com internautas criticando o comportamento dos motoqueiros e questionando: “E se fosse seu filho?”. De acordo com o Instituto Australis, a movimentação próxima aos animais tem causado preocupação, já que a fêmea precisa de um ambiente calmo para amamentar o filhote adequadamente durante as próximas semanas. Especialistas alertam que a permanência dos animais é temporária, com a mãe permanecendo até 3 de novembro, período crítico para o desenvolvimento do filhote.
Diante do ocorrido, na segunda-feira (14), o secretário de Agricultura e Pesca de Garopaba, Fabiano Vieira, reuniu-se com representantes da APA da Baleia Franca, Instituto Australis, ICMBio, Unesc e Polícia Militar Ambiental para definir estratégias para garantir a segurança da área. A prefeitura informou que as equipes de fiscalização atuarão no bloqueio de motos, quadriciclos e pessoas que se aproximem indevidamente dos animais, além de orientar sobre a presença de animais domésticos.
De acordo com a prefeitura, ficou decidido que a fiscalização será reforçada para impedir a aproximação de motos, quadriciclos e pessoas, além de orientar sobre a presença de animais domésticos. O município também informou que apoiará a instalação de novas placas informativas e estruturas mais resistentes às marés, com apoio da APA da Baleia Franca. A circulação de veículos irregulares será coibida com a ajuda da Polícia Militar, que aplicará multas sempre que necessário.
A prefeitura esclareceu que as abordagens diretas com os animais serão conduzidas exclusivamente por instituições especializadas. Já o município fornecerá suporte necessário, incluindo a criação de um grupo de comunicação com IBAMA, ICMBio e Polícia Militar Ambiental. Voluntários também serão recrutados para colaborar na fiscalização, com prioridade para contatos pessoais e associações civis, evitando campanhas abertas para evitar aglomeração.
Em nota oficial emitida nesta terça-feira (15), a PMSC 1° Batalhão de Polícia Militar Ambiental reforçou o pedido para que as pessoas não se aproximem e respeitem a barreira de contenção instalada no local. O comunicado destaca: “Lembramos que, de acordo com a Lei n.º 9605/98, é CRIME, com pena de PRISÃO de seis meses a um ano, além de multa, para quem matar, perseguir, caçar ou apanhar animais silvestres. A pena é aumentada pela metade se o crime for cometido contra espécie rara ou ameaçada de extinção.”
Uma nota técnica será elaborada para definir a distância mínima para observação dos elefantes-marinhos e promover a conscientização de guias e condutores ambientais. A prefeitura reforçou que, devido à Lei Complementar 140, a gestão da fauna é compartilhada entre União e Estados, cabendo ao município o papel de apoiar na mitigação de impactos locais enquanto aguarda ações dos órgãos competentes.
Segundo a Associação R3 Animal, que também faz parte do PMP-BS, não é viável resgatar ou remover os animais devido ao tamanho da fêmea e à presença do filhote, o que poderia colocar em risco tanto os animais quanto a equipe. Por isso, é essencial que a comunidade local mantenha distância de pelo menos 50 metros e impeça a aproximação de animais domésticos para garantir a segurança e o descanso dos elefantes-marinhos.
A permanência dos animais na praia do Siriú é esperada até 3 de novembro, período em que se intensificará a fiscalização e a sensibilização da comunidade. A prefeitura pede apoio e compreensão para garantir o descanso da mãe e do filhote.