A proposta dos negócios de impacto positivo tem reunido empreendimentos que buscam integrar retorno financeiro e benefícios socioambientais. De acordo com estudos da Pipe.Social, divulgados em 2022, existem mais de 1.200 startups brasileiras atuando nesse modelo, sendo que 38% delas trabalham diretamente com sustentabilidade ambiental. O movimento global Sistema de Empresas B, criado em 2006, segue entre as principais referências internacionais na certificação de empresas que adotam práticas sustentáveis.
Na região de Garopaba e Imbituba (SC), iniciativas ligadas ao tema têm ganhado maior visibilidade.
“As cidades litorâneas do Sul de Santa Catarina compartilham características como uma economia baseada no turismo e na pesca, além de ser um dos destinos mais procurados de Santa Catarina devido às suas praias e ao contato íntimo com a natureza. A dependência de recursos naturais torna essas cidades altamente vulneráveis a problemas como a sazonalidade econômica e os impactos da crise climática. Negócios de impacto positivo podem ser a chave para uma economia mais diversificada e sustentável”, explica a jornalista especialista em Sustentabilidade e Negócios Sustentáveis Glaucia Damazio.
O Restaurante Brotô, em Garopaba, é apontado como exemplo local de negócio de impacto. O espaço iniciou as atividades no final de 2015, apresentando proposta baseada em alimentação natural e vegetariana, adotando medidas como redução de resíduos, compostagem, compra de produtos de fornecedores locais e uso zero de descartáveis.
Durante a comemoração dos dez anos do restaurante, realizada em dezembro, o proprietário Edgar Cherubini afirmou: “O Brotô é um patrimônio da cidade de Garopaba e queremos que ele continue crescendo juntamente com a cidade, de maneira sustentável, fazendo o bem para as pessoas e para o meio ambiente”.
Segundo dados da Endeavor Brasil, divulgados em 2023, negócios de impacto costumam empregar mais trabalhadores da própria comunidade. Informações do Sebrae Santa Catarina, também de 2023, indicam que iniciativas sustentáveis empregam, em média, 20% a mais de moradores locais em comparação com empresas de modelo convencional. Para setores como turismo, estudos do Ministério do Turismo apontam que 70% dos viajantes preferem destinos com práticas sustentáveis.
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Outro dado citado é o levantamento da ACATE, que registrou aumento de 42% no faturamento de pequenas empresas catarinenses voltadas ao reaproveitamento de resíduos nos últimos cinco anos, reforçando o avanço da economia circular no estado.
Segundo especialistas, políticas públicas de incentivo e capacitação de empreendedores podem ampliar a adoção desse tipo de modelo, estimulando práticas de desenvolvimento alinhadas ao uso responsável dos recursos naturais.

