sábado, 7 junho 2025

Após reunião no C.E.I. Encantada, presidente não faz mais parte do Conselho Escolar Deliberativo

Sara Cardoso não compareceu à reunião que oficializou sua saída; escola reforça que declarações não representam o conselho.
Foto: Reprodução/Redes Sociais
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Em reunião realizada na noite de quinta-feira (5), no C.E.I. Francisco Domingos Pacheco, no bairro Encantada, foi oficializado o desligamento de Sara Cardoso do Conselho Escolar Deliberativo da unidade. A conselheira havia publicado uma série de vídeos em seu perfil pessoal no Instagram com declarações consideradas capacitistas e ofensivas a crianças com transtornos do neurodesenvolvimento e suas famílias, o que gerou ampla repercussão na comunidade escolar de Garopaba.

Segundo informou Samara Natália Antônio, vice-presidente do colegiado, a reunião contou com a presença de alguns membros do conselho, representantes da escola e pais de alunos. A presidente afastada, Sara Cardoso, não esteve presente no encontro. “Eu e a secretária Diovana conduzimos a reunião, ocasião em que esclarecemos a natureza e finalidade do Conselho Deliberativo Escolar do CEI Encantada, nos termos do regimento interno”, explicou Samara.

Ela ressaltou ainda que as falas de Sara, feitas em ambiente pessoal e fora de qualquer reunião oficial, não representam o Conselho Escolar Deliberativo nem a posição institucional do CEI Encantada. A ausência da conselheira e a gravidade da repercussão de suas declarações motivaram a formalização de seu desligamento do grupo.

Samara também destacou que, independentemente do episódio, a falta de profissionais da educação e de merendeiros é uma realidade em diversas escolas em Garopaba, incluindo o próprio CEI Encantada.

Sara Cardoso é mãe de aluno da unidade, mas não mantinha vínculo empregatício com a escola, tendo exercido apenas a função de presidente eleita do conselho deliberativo, composta por membros da comunidade escolar.

Falas provocaram repúdio e reação de entidades

Nos vídeos que circularam nas redes sociais, Sara ironizou diagnósticos de autismo, TDAH e TOD, e chegou a dizer que os filhos atuais formam um “bando de retardados”. Ela também afirmou que sente “nojo” dos direitos garantidos por lei às crianças com deficiência e questionou o papel da Justiça na defesa da inclusão. As declarações geraram notas de repúdio, manifestações de profissionais da saúde e mobilização entre famílias de alunos.

A organização AGIR para a Cidadania condenou publicamente o conteúdo das falas, classificando-as como capacitistas. A terapeuta ocupacional Taís Scalzilli, da Clínica Evolve em Garopaba, também se posicionou, explicando que transtornos do neurodesenvolvimento não são doenças, e que a seletividade alimentar é uma condição real e frequente entre crianças com autismo, não uma escolha ou “birra”.

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