quarta-feira, 4 dezembro 2024
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Huribi sugere Projeto “Esgotamento sobre Rodas” para Saneamento em Garopaba

Tecnologia sustentável da CASAN é citada pelo candidato como solução para áreas de difícil acesso
Foto: CASAN/Divulgação

Durante debate eleitoral na última quarta-feira (2), os candidatos à prefeitura de Garopaba discutiram propostas para resolver o problema do saneamento básico na cidade. Durante o debate, o candidato a prefeito, Huribi Alexandrina (MDB) destacou um projeto inovador baseado em jardins filtrantes, que vem sendo implementado pela CASAN em outras regiões de Santa Catarina, como alternativa sustentável ao tratamento de esgoto.

Essa tecnologia, defendida por Huribi, foi apresentada como uma solução viável para áreas de difícil acesso, onde a instalação de redes convencionais de esgoto não seria possível. O candidato afirmou que, se eleito, pretende adaptar esse modelo para Garopaba, como parte de uma estratégia para melhorar o saneamento básico na cidade de forma sustentável e acessível.

Mas afinal, o que são os jardins filtrantes?

Segundo a CASAN, os jardins filtrantes, também conhecidos como Wetlands, são sistemas que utilizam plantas e o solo para tratar esgoto de forma natural, sem a necessidade de produtos químicos ou equipamentos eletromecânicos. Nesses sistemas, o lodo, proveniente de fossas sépticas, é transportado para áreas específicas onde plantas aquáticas e microorganismos presentes em suas raízes realizam a depuração da matéria orgânica. De acordo com a CASAN, o processo é semelhante ao que ocorre em ambientes naturais, como pântanos, e oferece uma solução sustentável para o tratamento de efluentes.

Foto: CASAN/Divulgação

Ao contrário das Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) tradicionais, que demandam grandes redes de coleta e um investimento substancial, os jardins filtrantes são mais acessíveis e viáveis para pequenos municípios ou áreas rurais, onde a densidade populacional é baixa e a infraestrutura necessária para grandes ETEs seria inviável. Eles podem ser instalados de forma descentralizada, permitindo o tratamento em locais mais remotos e de difícil acesso, como é o caso de muitas comunidades em Garopaba, destaca Huribi.

Além da simplicidade de construção e operação, os jardins filtrantes têm a vantagem de não produzirem odores e demandarem pouca energia, já que o processo de depuração ocorre de forma natural, sem a necessidade de maquinário. As áreas onde esses sistemas são implantados também podem ser integradas ao paisagismo, criando ambientes verdes e esteticamente agradáveis, que podem até ser incorporados ao planejamento urbano.

Foto: CASAN/Divulgação

Projeto em Descanso como referência

O projeto mencionado no debate tem como referência um modelo que está sendo implementado pela CASAN no município de Descanso, no Oeste catarinense. A iniciativa “Projeto Esgotamento Sobre Rodas”, envolve a criação de uma Unidade de Gerenciamento de Lodo (UGL), que utiliza jardins filtrantes para tratar o lodo coletado das fossas sépticas das residências. O lodo é transportado por caminhões até a unidade, onde passa pelo processo de depuração natural.

Essa tecnologia é especialmente adequada para áreas rurais ou com baixa densidade populacional. Com a coleta sendo feita por caminhões, o projeto eliminaria a necessidade de instalar grandes redes de esgoto, que seriam financeiramente inviáveis para a cidade. Esse modelo de tratamento descentralizado permite atender localidades de difícil acesso, onde as soluções convencionais não são práticas, destaca a CASAN.

Os jardins filtrantes são projetados para operar de forma simples, demandando uma manutenção que pode ser comparada ao cuidado de um jardim comum. Isso reduz significativamente os custos operacionais, tornando a solução atraente para municípios menores ou em desenvolvimento.

A estratégia é trabalhar em parceria com prefeituras e empresas de caminhão limpa-fossa para coleta do lodo e limpeza periódica das fossas. “É um projeto que tem potencial para ser adaptado à realidade de diversos outros municípios, atendendo a exigência da nova lei de saneamento para elevar a população beneficiada com esgotamento sanitário até 2033”, explica o engenheiro, Alexandre Trevisan, que integra as equipes envolvidas na implantação do Esgoto Sobre Rodas.

Projeto em Descanso/SC | Foto: CASAN

Desafios do saneamento em Garopaba

A questão do saneamento básico continua sendo uma das maiores preocupações da população de Garopaba. A falta de um sistema de esgoto adequado afeta diretamente a saúde pública e a qualidade de vida dos moradores, além de comprometer o meio ambiente, especialmente em uma cidade que depende fortemente do turismo.

Os jardins filtrantes se apresentam como uma solução promissora para atender áreas rurais e comunidades mais isoladas, mas a cidade ainda enfrenta o desafio de implementar um sistema que possa coexistir com o fluxo turístico intenso, especialmente durante o verão.

Segundo especialistas, Garopaba precisará nos próximos anos, de uma solução de saneamento que equilibre sustentabilidade, viabilidade financeira e a preservação de sua vocação turística, mantendo a cidade funcional e agradável para moradores e visitantes.

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