quinta-feira, 19 setembro 2024
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‘Maré Vermelha’ Provoca Bioluminescência Azul no Mar da Região de Garopaba

Manchas alaranjadas durante o dia e brilho noturno no mar intrigam moradores e turistas na região.
Foto: Garopaba

Nesta quinta-feira, 18 de julho, um fenômeno natural raro encantou quem estava na Praia Central de Garopaba, na Praia do Rosa e em outras praias da região de Garopaba, Florianópolis e Balneário Camboriú. Durante o dia, o mar apresentou manchas alaranjadas, enquanto à noite, uma luz azul misteriosa iluminou as águas. Segundo o IMA, esse evento está ligado à floração de microalgas, conhecida como maré vermelha.

Na quarta-feira, 17 de julho, manchas alaranjadas foram vistas no costão de Garopaba, após terem sido registradas no dia anterior nas proximidades da Praia do Vigia e na Praia Central de Garopaba. Este fenômeno também foi observado na Baía Sul, em Florianópolis, no dia 16 de julho. Conforme relatório técnico do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA-SC), as amostras coletadas no litoral catarinense mostraram uma maior incidência do dinoflagelado Noctiluca scintillans, uma espécie que se alimenta de outras microalgas e pode produzir bioluminescência, ou seja, brilhar no escuro.

Embora a maioria das algas não ofereça risco, é necessário atenção. Uma análise feita pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) com amostras da superfície e de toda a coluna d’água também encontrou o dinoflagelado Dinophysis spp, que produz toxinas que causam diarreia. A recomendação é tomar cuidado ao consumir ostras e mexilhões do litoral catarinense.

Espécie dominante nas amostras se ‘alimenta’ de outras microalgas e pode brilhar no escuro | Foto: IMA-SC

O oceanógrafo do IMA, Dr. Carlos Eduardo J. A. Tibiriçá, explicou que as manchas alaranjadas são florações de dinoflagelados, popularmente conhecidas como marés vermelhas. Para confirmar a presença dessas microalgas e descartar a hipótese de poluentes como óleo ou produtos químicos, o IMA, com apoio da Capitania dos Portos, coletou amostras da superfície da água em várias localidades afetadas.

Dr. Carlos afirmou que essas florações resultam de uma combinação de condições meteorológicas e oceanográficas. “A maré vermelha está ocorrendo praticamente em todo o litoral catarinense, sendo um evento de grande escala similar ao ocorrido no ano de 2016. Tivemos um outono muito chuvoso, condição que pode provocar esse tipo de evento, cuja duração pode perdurar por semanas ou até poucos meses”, esclareceu.

Luz azul na Praia do Rosa no dia 18 de julho 2024 | Foto: sc.trilha
Manchas alaranjadas no Costão em Garopaba durante o dia | Foto: Reprodução

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