sexta-feira, 11 julho 2025

Microplásticos são encontrados em peixes de Garopaba e ostras de Florianópolis

Pesquisa da UFSC revela contaminação marinha por plásticos microscópicos e alerta para riscos ambientais e à saúde humana.
Foto: Jeferson Baldo/Agência AL
Foto: Jeferson Baldo/Agência AL

Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) identificaram a presença de microplásticos em organismos marinhos coletados na costa catarinense. Segundo o engenheiro Igor Marcon Belli, do Laboratório de Pesquisas em Resíduos Sólidos (LARESO/UFSC), 49% dos peixes capturados em Garopaba e ostras cultivadas nas baías Norte e Sul de Florianópolis apresentaram resíduos plásticos microscópicos. Os dados foram apresentados durante uma palestra promovida pela Coordenadoria de Sustentabilidade e Acessibilidade, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, na última semana.

De acordo com Belli, esses microplásticos chegam ao Oceano Atlântico por meio de rios como o Itajaí e o Tubarão, transportando resíduos sólidos que se acumulam no ambiente marinho. Além das baías da capital catarinense, a poluição se estende até o litoral do Rio Grande do Sul e do Paraná.

Os microplásticos são partículas com menos de cinco milímetros de diâmetro. Eles podem ser produzidos diretamente nesse tamanho ou resultar da degradação de materiais maiores, como tecidos sintéticos ou pneus. Essas partículas estão presentes tanto na água quanto no solo, e atualmente não são monitoradas de forma sistemática no Brasil.

Estudos citados pelo pesquisador apontam que os microplásticos podem causar danos às células, alterações morfológicas, comprometimento da mobilidade e reprodução dos organismos marinhos, com potencial de afetar também gerações futuras.

Segundo os dados apresentados, o mundo produz atualmente mais de 350 milhões de toneladas de plástico por ano, das quais cerca de 0,5% acabam nos oceanos. Isso equivale ao despejo diário de aproximadamente dois mil caminhões de lixo plástico no ambiente marinho.

A pesquisa também destacou que os microplásticos já integram a cadeia alimentar humana. Estima-se que uma pessoa possa ingerir cerca de cinco gramas dessas partículas por semana por meio de alimentos e da água potável. Resíduos plásticos já foram encontrados em diferentes partes do corpo humano, como cérebro, útero e corrente sanguínea, além de estarem associados a mortes de animais, como aves e pinguins, por ingestão desses materiais.

No Congresso Nacional, tramita um projeto de lei no Senado Federal que propõe uma abordagem abrangente para o ciclo de vida dos plásticos. A proposta sugere medidas desde a extração da matéria-prima até o descarte, incluindo estímulos à reciclagem, mudanças no design dos produtos, tributação sobre embalagens plásticas e ampliação da responsabilidade dos produtores.

Entre os objetivos destacados estão a reciclagem de ao menos 40% dos resíduos plásticos, a redução da produção de plásticos virgens e a implementação de uma rede nacional de monitoramento ambiental. As medidas visam conter os danos causados pelo descarte inadequado e frear a crescente presença de microplásticos nos ecossistemas aquáticos e na vida cotidiana.

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