sábado, 27 setembro 2025

Vereador critica perseguição política e cobra tratamento igualitário no serviço público de Garopaba

Felippe de Souza declarou que o problema não é isolado e que há diversos relatos semelhantes entre moradores e funcionários.
Foto: Câmara/YouTube Reprodução Garopaba.sc
Foto: Câmara/YouTube Reprodução Garopaba.sc

Na sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Garopaba, realizada na terça-feira (23), o vereador Felippe de Souza (MDB) utilizou o espaço das explicações pessoais para tratar de um tema que, segundo ele, causa grande incômodo: a perseguição política. O parlamentar afirmou que os relatos sobre esse tipo de prática não podem ser reduzidos a “invencionismo” ou “teoria da conspiração” e disse que o problema precisa ser enfrentado.

“É impossível que tu tenha diversos relatos e todo mundo tá mentindo, gente. Então, alguma coisa tem que ser revista”, afirmou Felippe de Souza em plenário.

O vereador iniciou sua fala mencionando a insatisfação da população com os atrasos em consultas e exames de especialidades no município. Ele citou os consórcios de saúde Granfpolis e CIS Amurel, utilizados para o agendamento dos serviços, e questionou a justificativa das dificuldades de atendimento.

Felippe de Souza destacou que o cidadão já paga pelo serviço por meio dos impostos e não deveria ser tratado como se estivesse recebendo um favor. “Isso me deixa indignado, porque parece que tão fazendo um favor pro cidadão. Tá todo mundo bem pago com seus salários em dia para poder entregar o serviço, e o serviço também já tá pago com o dinheiro do suor do nosso trabalhador.”

Legislar é para todos, sem distinções políticas

Durante a manifestação, Felippe de Souza também criticou a seletividade em ações do poder público baseadas em preferências partidárias. Ele disse que o papel do Executivo é governar para todos, e o do Legislativo, legislar para a população inteira, sem distinções políticas.

O vereador relatou que existem situações em que cidadãos e servidores são tratados de forma diferente conforme suas posições políticas. “A gente vê o seguinte, perseguição política tanto para quem trabalha quanto para quem não apoiou. E esse cidadão tá lá na ponta, vai ter determinadas pessoas que serão fiscalizadas conforme a orientação partidária, não conforme as irregularidades que comete.”

Perseguição política e pressão psicológica

Felippe de Souza afirmou que a perseguição política em Garopaba não afeta apenas o cidadão que procura serviços públicos, mas também o servidor que os executa. Segundo ele, funcionários estão recorrendo a tratamento psiquiátrico e ao uso de medicamentos para conseguir lidar com o ambiente de trabalho.

“Por que que tem funcionário recorrendo a tratamento psiquiátrico, a base de remédio para trabalhar? Isso não é certo. As pessoas estão ficando doentes, tão saindo, quem tá ficando tá ficando sobrecarregado. Isso acontece com o pessoal do magistério, isso acontece em outros setores”, disse.

O parlamentar defendeu que os servidores precisam ter melhores condições salariais e um ambiente de trabalho saudável. “Se a gente não cuidar bem do nosso servidor, o nosso cidadão não fica bem cuidado também.”

Felippe destacou o papel central dos servidores na administração municipal, lembrando que prefeitos e vereadores são temporários, mas o funcionalismo é quem garante a continuidade do serviço público.

“Vereador tá de passagem, prefeito tá de passagem também. Amanhã ou depois não tá ocupando o cargo público. Mas quem faz a engrenagem girar no município é o servidor público. Nós não podemos esquecer: sem o servidor não tem município.”

Além do discurso em plenário, Felippe de Souza publicou nesta quinta-feira (25) em seu perfil no Instagram um vídeo com trechos da fala. Na publicação, ele reforçou a preocupação com a perseguição política e com os efeitos do problema sobre o atendimento à população e a saúde mental dos servidores.

A redação do Garopaba.sc também recebeu, ao longo dos últimos meses, relatos de moradores e servidores que afirmam ter sido alvo de perseguição política em Garopaba. As pessoas que entraram em contato relataram receio de tornar os casos públicos por medo de retaliações administrativas ou pessoais.

O vereador encerrou sua fala defendendo que o serviço público deve ser prestado de forma igualitária e que os trabalhadores precisam ter condições adequadas para exercer suas funções, sem pressões externas.

Assista ao vídeo da Sessão da Câmara pelo canal no YouTube.

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