Após ser indiciado no inquérito da Operação Maestro, conduzido pela Polícia Civil de Santa Catarina na última sexta-feira (27), o prefeito de Garopaba, Junior de Abreu Bento (PP), foi citado em nota divulgada por seu advogado, Guilherme Silva Araujo, responsável por sua defesa técnica. A manifestação foi divulgada após o encerramento do inquérito policial que resultou no indiciamento de 17 pessoas, incluindo servidores públicos, empresários e o próprio chefe do Executivo municipal.
O prefeito, até o momento, não se pronunciou diretamente sobre o indiciamento. Em seu lugar, o advogado de defesa afirmou que o ato representa “uma manifestação unilateral do Delegado de Polícia”, sem valor de denúncia formal e sem implicar culpa ou condenação. A defesa sustenta que não há, no inquérito, qualquer prova de que o prefeito tenha recebido vantagens indevidas ou causado prejuízo ao erário. Ainda segundo o texto, a conclusão da investigação se dá em período eleitoral e teria sido motivada por denúncias infundadas de um empresário que estaria insatisfeito com penalidades impostas pela Prefeitura.
“Reafirmamos nosso respeito pelo trabalho desempenhado pela Delegacia responsável, no entanto, no plano jurídico-processual, manifestamos nossa clara e fundamentada discordância com as conclusões apresentadas, afirmando com segurança que, no decorrer da persecução, todos os pontos controversos serão esclarecidos”, afirma a nota.
Guilherme Silva Araujo é advogado e um dos fundadores do escritório Araújo, Reinisch & Telles, com sede em Garopaba desde 2016. Em 2017, o escritório passou a contar com o advogado Henrique da Silva Telles Vargas, que ingressou como sócio e estruturou o núcleo de Direito Empresarial. Henrique Telles foi procurador-geral do município e é um dos 17 indiciados no relatório da Operação Maestro. Telles pediu exoneração do cargo em 11 de junho de 2025, conforme consta no diário oficial.
A Polícia Civil concluiu o inquérito apontando indícios de fraudes em contratos públicos da Prefeitura envolvendo licitações da saúde, educação e infraestrutura. O relatório da Operação Maestro também descreve uma possível estrutura de organização criminosa, com divisão de tarefas entre os envolvidos. O Ministério Público irá analisar se há elementos para oferecimento de denúncia.

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