No coração do litoral sul de Santa Catarina, a Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca tornou-se o epicentro de um intenso conflito socioambiental. Instituída no ano 2000, a APA abriga a principal área de reprodução das baleias francas austrais, que buscam suas águas quentes para acasalar, dar à luz e amamentar seus filhotes. Com uma vastidão de 156 mil hectares e 130 km de costa, estende-se desde o sul da Ilha de Florianópolis até Balneário Rincão, englobando nove municípios dentre eles, Garopaba, Imbituba, Laguna e envolvendo uma significativa porção marinha.
Apesar de sua importância ecológica, a APA da Baleia Franca está imersa em uma crise profunda, impactando diretamente cerca de 50 mil famílias residentes há décadas no local. Com relatos de cortes de energia e restrições severas ao uso da terra e ao desenvolvimento local, os moradores se veem num impasse crescente, pressionados por normativas ambientais que afetam diretamente seu modo de vida.
A Luta das Famílias
O desespero é palpável entre os habitantes, que veem suas vidas e meios de subsistência ameaçados por uma legislação que, embora vise proteger o patrimônio natural, não leva em conta a história e a cultura das comunidades estabelecidas há gerações na região. No Fórum Parlamentar Catarinense, o debate é acalorado. As deputadas federais Júlia Zanatta e Geovania de Sá se destacam na defesa dos direitos dessas famílias, exigindo soluções que conciliem a conservação ambiental com a justiça social.
“Não é possível que pessoas que construíram suas vidas aqui há meio século sejam simplesmente removidas”, argumenta a deputada Júlia Zanatta, destacando o drama de moradores de Balneário Esplanada, já afetados por cortes de energia. De forma similar, a deputada Geovania de Sá clama pela união dos parlamentares para enfrentar esse desafio, sublinhando a importância de proteger os interesses das famílias locais sem comprometer o meio ambiente.
Via SCTODODIA