A Prefeitura de Garopaba, por meio do Decreto nº 273 de 19 de agosto de 2025, declarou situação de emergência nas áreas costeiras do município devido aos danos causados pela erosão marinha. Segundo o documento, ressacas registradas entre os dias 30 de julho e 10 de agosto afetaram todas as praias, com maior impacto nas Praias Central e da Barra.
De acordo com a Defesa Civil Municipal, os fenômenos provocaram destruição de dunas, queda de árvores, danos à vegetação nativa e comprometimento de contenções, afetando residências e ranchos de pesca. Ainda segundo o decreto, o canal da Barra foi aterrado pelo acúmulo de sedimentos, agravando o assoreamento da lagoa, o que aumenta o risco de inundações em bairros próximos.
Segundo Guilherme Ramos de Lima Cipriano, diretor da Defesa Civil de Garopaba, ondas de 3,5 a 4,5 metros causaram intensa erosão costeira, atingindo residências e construções pesqueiras. “Todas as contenções da Barrinha foram destruídas e, principalmente, a maré aterrou todo o canal da Barra da Ferrugem. Junto disso, a Barra fechou, obviamente, e ficou muito alta, o que impossibilitaria que ela se abrisse naturalmente no decorrer das chuvas que fossem acontecendo”, afirmou.
De acordo com Guilherme, a situação já era considerada crítica mesmo em período de tempo estável. “Garopaba já estava toda cheia d’água. Os bairros de Palhocinha, Encantada e Ressacada, quando a gente passava, já podíamos ver que os terrenos estavam totalmente cobertos. Aí, a Defesa Civil decretou o estado de emergência na área costeira de Garopaba e formou toda essa operação para conseguir abrir a Barra do Capão, para escoar toda essa água e manter a segurança, em caso de chuvas, das residências dos bairros que eu citei acima”, explicou.
O prefeito Junior de Abreu Bento (PP) autorizou a mobilização do Sistema Nacional de Defesa Civil no município, a convocação de servidores para reforço das ações e a adoção de medidas emergenciais. O texto também permite o uso de propriedades privadas em situações de risco iminente, com garantia de indenização posterior.
Na manhã desta segunda-feira (25), máquinas da Prefeitura Municipal iniciaram a abertura da Barra. O superintendente do Instituto do Meio Ambiente de Garopaba (IMAG), Matias Lima Rodrigues, acompanhou os trabalhos e afirmou que a medida foi tomada conforme recomendação da Defesa Civil. “O IMAG está acompanhando para que nenhuma intervenção desnecessária no meio ambiente seja feita”, disse.
O decreto tem validade de 60 dias, contados a partir da publicação, em 19 de agosto de 2025, e autoriza contratações emergenciais sem licitação para obras e serviços que possam ser concluídos em até um ano.
O que diz o Decreto nº 273
Com informações de PIXTV