A Sessão Extraordinária da Câmara dos Vereadores de Garopaba, realizada em 1º de julho de 2024, foi marcada por tumulto e xingamentos. A sessão tinha como objetivo a votação da possível destituição do presidente da Câmara, vereador Jairo Pereira dos Santos. No entanto, o relatório não chegou a ser lido devido a desentendimentos sobre a convocação de um suplente para a votação.
A confusão começou quando o presidente suplente Sérgio Luiz Gonçalves (Jacaré) recusou a participação do suplente do vereador Jean Ricardo Antunes, que estava impedido de votar por ser parte interessada. O vereador Nilton Batista Raupp, em sua fala inicial, pediu que a sessão não fosse tumultuada e destacou a importância de deixar claro que o poder judiciário não interfere no legislativo, afirmando que todas as decisões devem ser tomadas pelo plenário conforme o decreto vigente. Nilton foi interrompido várias vezes, e o clima ficou tenso.
Sérgio Luiz Gonçalves (Jacaré), insistindo que a decisão de quem pode votar cabe ao presidente da câmara, elevou o tom de voz, gerando uma série de xingamentos. O áudio da transmissão ao vivo começou a falhar, e o público presente na sessão começou a vaiar. A transmissão caiu e voltou com problemas técnicos. Vereador Felippe de Souza interveio, lembrando o vereador Jacaré de que a presidência deve seguir o decreto, mas foi interrompido. Gritos de “suplente, suplente, suplente” vindos da plateia.
O vereador João Julião Luz Lopes expressou sua indignação, chamando a situação de “vergonha”, o que foi ecoado pelo público presente. O vereador Edmundo Alves do Nascimento pediu para não gritar, enquanto Jacaré e Nilton Raup discutiam sobre a liderança, com Jacaré afirmando que, como presidente, ele decide sobre a convocação de suplentes. Nilton repetia que havia dúvidas sobre a presidência dizendo repetidas vezes “dúvidas sr. presidente, dúvidas sr. presidente”.
A sessão terminou em meio a gritos de “golpistas” e “o povo vai pra rua”. Raupp comentou que nunca havia visto algo semelhante na história de Garopaba e sugeriu que uma nova sessão ordinária deveria ser marcada para avaliar os acontecimentos. Além disso, Raupp disse considerar possíveis ações judiciais. O público presente considerou a tentativa de não convocar o suplente como uma manobra para impedir que a oposição tivesse os 2/3 dos votos (6), acusando os vereadores Jacaré, Jairo e Edmundo de estarem por trás da confusão.
O estopim da confusão foi o impasse sobre a convocação do suplente do vereador Jean Ricardo Antunes, com os vereadores da base do governo do prefeito Júnior de Abreu Bento defendendo que ele não deveria ser convocado devido a uma decisão jurídica lida por Jacaré no início da sessão. A oposição, no entanto, argumentou que o suplente deveria ser chamado com base no decreto 201/67.