quarta-feira, 4 dezembro 2024
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Opinião

Paulo Junqueira

Solidariedade em Tempos de Crise: A Responsabilidade de Garopaba

Bairro Moinhos de Vento - Estrela, RS | Foto: André Ávila

Por Paulo Junqueira

Sou colunista de opinião do Garopaba.sc, escrevendo sobre política, economia e opinião pública.

Em meio à devastação provocada pelas enchentes no Rio Grande do Sul, uma onda de solidariedade tomou forma através de um movimento singular: municípios brasileiros, liderados por suas prefeituras, estão adotando cidades gaúchas para auxiliar na reconstrução. Este esforço, impulsionado inicialmente pelo desafio lançado pelo humorista Badin Colono, tem visto uma resposta notável, especialmente de Santa Catarina, estado que já tem uma forte conexão cultural e econômica com o Rio Grande do Sul.

No entanto, é inevitável questionar a atuação de certas prefeituras, como a de Garopaba. Apesar de Garopaba estar recebendo doações, sua resposta parece tímida comparada ao engajamento visto em outras cidades catarinenses. Exemplos como o de Blumenau, que não apenas enviou doações, mas também se comprometeu a fornecer equipamentos pesados e suporte direto aos municípios de Lajeado e Estrela, destacam-se pela proatividade e pelo compromisso com a recuperação das áreas afetadas.

Garopaba tem um vínculo indiscutível com o Rio Grande do Sul, não apenas culturalmente mas também economicamente, através do turismo e dos investimentos imobiliários significativos feitos por gaúchos. Esta interdependência deveria, por si só, incentivar uma resposta mais robusta em tempos de necessidade. A pergunta que se impõe é: por que a liderança local, sob a gestão do prefeito Junior Abreu, não adota uma postura mais assertiva na ajuda ao estado vizinho?

A ação de “adotar” um município vai além do simbolismo; é uma medida prática que pode acelerar a recuperação de comunidades devastadas, permitindo que retomem suas atividades normais mais rapidamente. Garopaba, com sua infraestrutura e recursos, certamente tem capacidade para contribuir de forma mais significativa.

Concluímos que a responsabilidade de Garopaba não se limita a gestos de solidariedade básicos. Está na hora de Garopaba retribuir, de forma concreta, a hospitalidade e o investimento recebidos dos gaúchos ao longo dos anos. Agir agora é uma questão de gratidão e de responsabilidade cívica. As enchentes podem ter levado casas e estradas, mas não devem levar nossa humanidade e nosso senso de comunidade.

Garopaba tem a oportunidade – e, eu diria, a obrigação – de liderar pelo exemplo e mostrar que em momentos de crise, verdadeiros laços de fraternidade são forjados não apenas com palavras, mas com ações concretas e decisivas.

Sou colunista de opinião do Garopaba.sc, escrevendo sobre política, economia e opinião pública.

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