quinta-feira, 10 julho 2025

Operação Maestro: DECOR reforça atuação técnica da Polícia Civil em investigação sobre contratos públicos

Coordenador estadual de combate à corrupção destacou que a DECOR prendeu 120 pessoas e bloqueou R$ 34 milhões em operações nos últimos cinco anos em municípios catarinenses.
Foto: Polícia Civil
Foto: Polícia Civil

Diante das recentes discussões travadas na Câmara de Vereadores de Garopaba sobre a Operação Maestro, a equipe de reportagem do Garopaba.sc procurou a Delegacia Especializada no Combate à Corrupção (DECOR), vinculada à Polícia Civil de Santa Catarina, para esclarecer os procedimentos adotados na investigação que resultou no indiciamento de 17 pessoas, incluindo o prefeito Junior de Abreu Bento (PP).

Em resposta a equipe do Garopaba.sc nesta quinta-feira (10), o delegado Gustavo Muniz Siqueira, coordenador estadual de combate à corrupção, reafirmou que a atuação da Polícia Civil ocorre com total isenção, sem qualquer interferência de natureza política. Segundo ele, “a CECOR, Coordenadoria Estadual de Combate à Corrupção, por meio de suas seis DECORs, Delegacias Especializadas no Combate à Corrupção, deflagrou nos últimos 5 anos quase uma centena de operações policiais, que resultaram na prisão de cerca de 120 pessoas e o bloqueio de mais de 34 milhões de reais relativos aos danos causados aos cofres públicos”.

Ainda conforme o delegado, somente na atual gestão da Polícia Civil, iniciada em janeiro de 2023, foram realizadas 72 operações policiais de combate à corrupção, com investigações envolvendo gestores públicos de diversos partidos políticos, incluindo membros da administração estadual atual e de secretarias do próprio governo estadual. “Neste norte, é importante destacar que a Polícia Civil atua com total isenção e autonomia investigativa, sem influência ou interferência, externa ou interna”, declarou Gustavo.

Sobre a Operação Maestro, o delegado Gustavo Siqueira enfatizou que “é de conhecimento público que o inquérito policial foi concluído, cabendo, agora, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário a sua análise por meio da instrução processual”. A investigação aponta indícios de fraude em licitações, subcontratações ilegais, falsidade ideológica e pagamentos irregulares em três contratos da Prefeitura Municipal.

Leia também: Operação Maestro: Relatório final revela esquema em contratos da Prefeitura de Garopaba

Nas últimas duas sessões ordinárias da Câmara de Vereadores, o tema foi destaque, com embates entre parlamentares da base aliada ao prefeito Junior e vereadores de oposição. Parte da base governista alegou que a operação teria motivações políticas, enquanto a oposição defendeu o avanço das investigações, mencionando o conteúdo do inquérito que inclui laudos, extratos bancários, notas fiscais e trocas de mensagens que embasaram os indiciamentos.

Na sessão realizada nesta terça-feira (8), vereador que também foi indiciado, contestou a condução da Operação Maestro e criticou a atuação dos agentes da Polícia Civil em sua residência. Segundo o parlamentar, “armas em punho, minha esposa, minha neta e minha sogra em casa. Tomara que ninguém aqui passe por isso”. O vereador também defendeu o prefeito e os demais investigados, afirmando: “tenho total certeza da inocência do trabalho que foi feito” e sugeriu que a repercussão estaria sendo “alimentada pela oposição”.

Além dele, o presidente da Câmara, Edmundo Alves do Nascimento (PP), também se manifestou durante a sessão ordinária do dia 01 de julho, pedindo cautela e ponderação. Em sua fala, questionou: “Será que o delegado tá certo? Vamos aguardar.” O parlamentar destacou a importância de aguardar a análise do inquérito pelo Ministério Público e o julgamento do Judiciário.

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Em nota divulgada no dia 1º de julho, a defesa do prefeito Junior de Abreu Bento (PP) se manifestou por meio do seu advogado afirmando que o indiciamento apenas representa “uma manifestação unilateral do Delegado de Polícia”, sem implicar culpa ou condenação. A defesa sustenta “que não há qualquer elemento no inquérito que comprove o recebimento de vantagens indevidas ou enriquecimento ilícito por parte do Prefeito”. Ainda segundo o texto, a conclusão da investigação se dá em período eleitoral e teria sido motivada por denúncias infundadas de um empresário que estaria insatisfeito com penalidades impostas pela Prefeitura.

A CECOR, cuja sede está localizada na estrutura da DEIC, em São José-SC, é responsável por coordenar e apoiar as delegacias especializadas no combate à corrupção em todo o estado. Segundo a Polícia Civil, as ações da coordenadoria seguem critérios técnicos e jurídicos, e não são orientadas por vínculos partidários ou disputas locais.

A Operação Maestro investiga suspeitas de irregularidades em contratos da Prefeitura de Garopaba firmados entre 2021 e 2023. O processo segue em segredo de justiça no Tribunal de Justiça.

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