Na 11ª Sessão Ordinária da Câmara de Vereadores de Garopaba, realizada na noite de terça-feira (22), o vereador Filipe dos Santos (PP), conhecido como Filipe do Agro, voltou à tribuna para reafirmar seu posicionamento sobre o contraste entre moradores nativos e recém-chegados à cidade. Mesmo após a repercussão negativa de sua fala na semana anterior, o parlamentar não apresentou pedido de retratação.
Ao iniciar sua fala, Filipe se dirigiu ao público presente, especialmente aos criadores de animais e carreiros. “Hoje estou bem tranquilo, vejo alguns dos amigos aí com chapéu. Venho sendo taxado aqui nessa casa como uma pessoa que não tem respeito, que não respeita. Mas o chapéu é algo que faz parte da nossa cultura, faz parte do nosso dia a dia e a gente não vai deixar de usar para pessoa alguma. Ninguém precisa baixar a cabeça para ninguém”, afirmou.
O vereador reiterou sua posição sobre a valorização das tradições locais e da população nativa. “Tenho esse prazer, algo que trago no meu sangue, trago nas minhas famílias, tanto da parte de pai como da parte de mãe. E tenho muito orgulho de ser nascido e ser criado nisso. E não irei deixar de falar isso em lugar algum, porque isso não é desrespeito para ninguém, e sim um valor”, declarou.
Quem mais suja são os moradores novos
Filipe também comentou, de forma indireta, as críticas recebidas após ter responsabilizado os chamados “moradores novos” pelo aumento da produção de lixo na cidade. “Para finalizar o assunto da última semana, quando me referi à questão do lixo, quis dizer que a cidade cresceu. Muitas pessoas vieram morar em Garopaba, a quantidade de lixo aumentou e a despesa com o serviço também aumentou.”
A declaração feita por Filipe na sessão do dia 15 de abril, em que responsabilizou “moradores novos” pelo aumento da produção de lixo, gerou críticas entre a população e reascendeu um tema recorrente no município: a tensão entre os moradores nativos e os que se mudaram para Garopaba nos últimos anos. O vereador foi acusado por alguns moradores de promover um discurso xenofóbico e generalista.
Filipe também reforçou sua ligação com a cultura local e disse que continuará defendendo os valores dos moradores antigos da cidade. “Eles podem mexer em qualquer coisa, menos na nossa cultura e nas nossas tradições. Nisso ninguém vai mexer. Um povo sem cultura é um povo sem alma”, afirmou.
Ao encerrar, dirigiu-se aos representantes das comunidades do interior presentes na sessão e declarou: “Trago isso no sangue. Tenho orgulho do chapéu, da lida no campo. Não vou abaixar a cabeça para ninguém. Trago para essa casa as reivindicações de vocês, sempre com humildade e com a verdade.”