quarta-feira, 15 outubro 2025

Finlandês que vivia em Garopaba após condenação por feminicídio é deportado para seu país de origem

Toni Hakala foi escoltado pela Polícia Federal até o Aeroporto de Florianópolis e embarcou em voo com destino à Finlândia nesta segunda-feira (13).
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

A Polícia Federal expulsou, nesta segunda-feira (13), o cidadão finlandês Toni Antti Juhani Hakala, condenado pelo homicídio da dançarina Elisângela Cordovil Coelho, ocorrido em março de 2008 no bairro Rio Tavares, em Florianópolis. A medida foi executada no Aeroporto Internacional de Florianópolis, de onde o estrangeiro embarcou em voo para a Finlândia, conforme informou a corporação.

De acordo com a Polícia Federal, a expulsão cumpre decisão do Ministério da Justiça e Segurança Pública, após Hakala ter permanecido 17 anos no sistema prisional brasileiro. O finlandês foi condenado a 18 anos e 10 meses de prisão pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e furto de veículo, conforme decisão do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC).

Segundo o TJSC, a diferença entre o tempo cumprido e o total da pena se deve à remição, um direito previsto na Lei de Execução Penal que reduz dias da condenação quando o preso trabalha ou estuda durante o cumprimento da pena. Para cada três dias de trabalho ou estudo, um dia é abatido da pena.

Conforme a Secretaria de Estado de Justiça e Reintegração Social (Sejuri), Hakala deixou o sistema prisional catarinense em 2018, quando obteve livramento condicional, passando a ter sua execução penal acompanhada pela Comarca de Garopaba. Ele cumpria pena na Penitenciária Industrial de Joinville, onde exerceu atividades laborais em diferentes setores e manteve boa conduta carcerária até a soltura.

Entre fevereiro de 2020 e janeiro de 2023, o estrangeiro deixou de comparecer às assinaturas obrigatórias no fórum de Garopaba, uma das condições impostas pelo livramento condicional. O Ministério Público notificou o descumprimento, e Hakala alegou que a ausência coincidiu com o período de restrições da pandemia de Covid-19. Em maio de 2023, retomou as assinaturas regularmente, mantendo-as em dia até agosto de 2025. O caso ainda é analisado pelo Judiciário de Garopaba, que deverá decidir sobre a extinção definitiva da pena.

Todo o processo de expulsão foi conduzido pela Superintendência da Polícia Federal em Santa Catarina, responsável pela escolta até o embarque. A partir de agora, Hakala está proibido de retornar ao território brasileiro, conforme decisão administrativa.

Relembre o caso

O homicídio da dançarina Elisângela Cordovil Coelho, de 29 anos, ocorreu no dia 28 de março de 2008, no bairro Rio Tavares, em Florianópolis. Segundo a denúncia da 1ª Promotoria de Justiça Criminal da Comarca da Capital, Hakala estrangulou a ex-namorada após uma discussão, causando a morte por asfixia. Durante a briga, ela teria ameaçado denunciá-lo por envolvimento com o tráfico de drogas.

Toni Antti Juhani Hakala e Elisângela Cordovil Coelho | Foto: Divulgação

Conforme o inquérito policial, com a ajuda de outro finlandês, Tero Valdemar Yijalã, Hakala utilizou o carro da vítima para transportar o corpo até a Praia do Moçambique, onde o enterrou entre as dunas. O corpo foi localizado 46 dias depois, em maio de 2008.

Ainda segundo a denúncia, o condenado pediu a outro amigo que se desfizesse do veículo da vítima, informando que o carro tinha origem ilícita. O julgamento ocorreu em 2009, no Tribunal do Júri da Comarca da Capital, presidido pelo juiz Luiz Cesar Schweitzer e com atuação do promotor Luiz Fernando Pacheco.

Durante o julgamento, Hakala negou o assassinato, mas admitiu ter ajudado a enterrar o corpo. A defesa tentou alegar falta de provas materiais, mas os jurados consideraram as evidências suficientes para condená-lo por homicídio duplamente qualificado, furto e ocultação de cadáver.

Após a prisão, o finlandês foi inicialmente levado ao Presídio de São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis, e posteriormente transferido para Joinville. Em 2018, obteve livramento condicional e mudou-se para Garopaba, onde viveu até a execução da ordem de expulsão.

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